Como Utilizar o Critério Kelly para Apostas Desportivas

Como Utilizar o Critério Kelly para Apostas Desportivas

Muitos apostadores estão a utilizar o critério Kelly para apostas desportivas como uma forma de minimizar os riscos enquanto maximizam os lucros. Embora não ofereça qualquer tipo de garantia de vitória, o método criticado pelo cientista John Larry Kelly é utilizado em jogos de casino, apostas desportivas e também nos investimentos. Apesar de envolver uma fórmula, ele é bastante direto.

O que é o Critério Kelly?

A fórmula ou critério de Kelly é utilizado para determinar o quanto será apostado. Ele possui as suas praticidades, mas também envolvem conceitos pouco concretos, o que pode dificultar a sua real aplicação. Em geral, é preciso atribuir percentuais de probabilidade a eventos pouco previsíveis, o que é muito complexo.

Como fazer apostas com o Critério Kelly?

O básico da fórmula Kelly para apostas desportivas é descobrir ou elaborar a sua probabilidade de vitória. Se há 60% de chances de vitória, então há 40% de perda. Neste caso, é preciso subtrair a chance de perda e chegar ao resultado, que é o percentual da banca que deve ser apostada. Neste caso, 20% (60%-40%).

Fórmula Kelly

A fórmula do critério Kelly para apostas é dada da seguinte forma:

b.a-p / b

b = odds – 1 

a = probabilidade de acerto 

p = probabilidade de perda (1 – a)

Ou seja:

(Probabilidade de acerto x [odds – 1]) / (odds – 1) = valor que deve ser apostado

Exemplo do Critério Kelly para apostas

Para um exemplo com a fórmula do critério Kelly para apostas, imagine que está a apostar no futebol. A equipa 1 teria 55% de chance de vitória e a equipa 2 o restante, 45%. Em termos de odds, consideramos a cotação de 2.10 aplicada ao time A:

1,10 x 0,55 – 0,45 / 1,10 = 0,1705

Ou seja, o critério dita que o equivalente a 17,05% da sua banca deve ser apostado para que tenha uma boa chance de vitória. É normal que os valores sejam altos nesta proporção com o critério Kelly para apostas. Por isto, existem algumas alternativas para tornar as apostas mais leves.

Critério fracionado e banca reduzida

O conceito de critério Kelly fracionado considera que o percentual a que o apostador chegou servirá apenas como base. Por exemplo, com o valor do exemplo acima, podemos considerar apenas 10% do total. Ou seja, em vez de apostar 17,05% da banca, apostaríamos apenas 1,70%. Com isto, o total utilizado da banca seria muito menor.

Já com o conceito de banca reduzida, o apostador separa uma fração do total disponível para aquele dia. Assim, se há 1.000 euros em sua banca, pode ser que estipule que apostará apenas 100 euros naquele dia. Então, utilizar 17,05% desta banca numa aposta não é um valor exorbitante.

Quais são as desvantagens do Critério Kelly?

Ao utilizar o critério Kelly para apostas, é preciso considerar as suas implicações sobre a banca e os lucros do apostador. É verdade que ele estima o nível ótimo de aposta, mas também é impossível saber com precisão se aquele resultado realmente tem uma boa chance de acontecer.

Imprevisibilidade

A premissa da fórmula de Kelly é saber exatamente o quanto de chance um evento tem de ocorrer. Mesmo que fosse possível prever isto, ainda haveria a possibilidade de perda. Ou seja, é apenas uma fórmula especulativa, em que se deve tentar manter uma posição conservadora quanto às probabilidades.

Alta demanda de recursos

Caso faça várias apostas, é bem provável que a sua banca seja toda utilizada devido aos percentuais altos para quaisquer chances acima de 55%. Além disto, uma única aposta pode levar boa parte da banca, algo como 50% a 60% de uma só vez, o que não é recomendável. Com o uso das estratégias de redução de banca já citadas, esta desvantagem é mais bem nivelada.

Vale a pena utilizar o Critério Kelly para apostas?

A resposta depende do que o apostador está disposto a aceitar como estratégia de aposta desportiva. Há diversas implicações no uso desta fórmula, especialmente no que diz respeito à imprevisibilidade, uma vez que o alto uso da banca pode ser fracionado. Portanto, é possível utilizar o critério como um auxílio, mas não é recomendável basear-se completamente nele.

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